Mundo Animal

Tráfico de Animais Silvestres

22 de Janeiro de 2017, por Maria de Fátima Albuquerque 0

Devido à imensa biodiversidade existente no Brasil, nosso país é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre. O tráfico de animais silvestres movimenta anualmente em torno de 10 a 20 bilhões de dólares em todo o mundo, colocando o comércio ilegal desses animais na terceira maior atividade ilícita do mundo, depois do tráfico de drogas e de armas.

Pasmem, mas todos os anos mais de 38 milhões de animais selvagens são retirados ilegalmente de seu habitat, sendo 40% deles exportados, segundo relatório da nossa Polícia Federal. O tráfico interno é praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus e viajantes que compram de pessoas, geralmente com poder aquisitivo baixo, animais capturados, em sua maioria, no Norte, Nordeste e Pantanal que, depois, são vendidos principalmente no eixo Rio-São Paulo ou exportados para diversos países. O mais desumano nisto tudo é que esses animais são transportados em situações degradantes, comprimidos em ambientes sem ar, totalmente anestesiados, sem qualquer alimentação e água, muitos tendo os olhos perfurados para não verem a luz do sol e não cantarem, evitando, assim, chamar a atenção da fiscalização. A grande maioria desses animais chega ao seu destino já sem vida, isto quando não morrem no momento de sua captura.

Devido à situação de estresse por que passam os animais, principalmente as aves, adquirem depois inúmeros problemas nutricionais e comportamentais, como arrancarem e comerem as próprias penas.   

As espécies mais visadas pelo tráfico são os papagaios, periquitos, passarinhos, rãs venenosas e coloridas, cobras, macacos e borboletas. Esta atividade é hoje um dos principais fatores de extinção da fauna brasileira e, consequentemente, do desequilíbrio ecológico, juntamente com a devastação das florestas. Para os traficantes, o nosso animal silvestre não passa de mercadoria.  

Pessoas que adquirem animais silvestres enfrentam uma série de problemas. Primeiramente, acreditando estar protegendo o animal, não levam em consideração que ele foi retirado de seu habitat natural, onde encontra alimentação como frutos, folhas e outros itens que têm vitaminas específicas. Estando em cativeiro, passa a sofrer com a solidão, perde a capacidade de caçar seu próprio alimento, de se defender dos predadores e de se proteger de situações adversas, prejudicando seu desenvolvimento e a possibilidade de perpetuar sua espécie. Além disso, o cativeiro expõe o animal a diversas doenças que acabam levando-o ao óbito.

Outro problema enfrentado por quem adquire animais silvestres é o enquadramento na Lei Federal nº 9.605/98, que dispõe que os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime ambiental. Diante disso, antes das pessoas adquirirem animais silvestres, devem estar cientes que estão sendo cúmplices do crime desumano e danoso à biodiversidade que é o TRÁFICO de animais, que pagam com a própria vida pelo simples prazer que as pessoas têm de possuí-los em suas casas.

Deve haver a conscientização de que a nossa biodiversidade é o maior patrimônio que possuímos e que se ninguém comprar animais silvestres ninguém vai caçar e ninguém vai vender. Cada animal capturado faz falta ao meio ambiente e aos seus descendentes. Não comprem artefatos com partes de animais, como por exemplo, penas coloridas. Vamos proteger nosso MEIO AMBIENTE, não somente porque é imposição legal, mas porque nele estão presentes nossos recursos hídricos, geológicos, a flora e a FAUNA.

Para denunciar este crime entre em contato com o IEF, IBAMA, ONG’S ou Associações Protetoras de Animais. Somente assim poderemos ter a ESPERANÇA de, algum dia, deixar de ouvir nas redes de comunicação que foram encontrados macacos comprimidos dentro de garrafas térmicas, sem alimentação e água durante quatro dias, papagaios e cacatuas dentro de garrafas pet, cobras e borboletas dentro de caixas das Agências dos Correios entre outras barbaridades.

Os santos protetores dos animais

15 de Dezembro de 2016, por Maria de Fátima Albuquerque 0

No meu aniversário deste ano ganhei de uma amiga a imagem de um santo que tem ao seu lado um cão com um pedaço de pão na boca. Essa amiga me disse que há muito tempo queria me presentear com a imagem para ficar ao lado das várias de São Francisco de Assis que tenho em minha casa.

Como defensora dos animais sempre me interessei pelo assunto acerca de quais santos seriam os seus protetores, aqueles que foram os escolhidos para fazer a defesa dos bichinhos frente a qualquer situação de crueldade humana, e o que levaram esses santos a defender tão nobre causa.

Começando pelo santo que me foi presenteado, SÃO ROQUE, já tinha ouvido falar dele, mas sem muitos detalhes. Ao pesquisar sobre sua vida descobri que seu nascimento foi na França, em uma região chamada Montpellier, no ano de 1295, tendo falecido por volta de 1327. De família abastada, era órfão de pai e de mãe e, ainda jovem, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, partindo em seguida para Roma. Em sua viagem de volta, foi contagiado por uma peste tendo que se isolar em uma floresta para morrer. Só não morreu de fome porque um cachorro o encontrou e, diariamente, o levava um pedaço de pão. O dono do animal, ao segui-lo um dia, encontrou Roque e o levou para sua casa a fim de que se recuperasse.

O dia 16 de Agosto foi escolhido para homenagear esse santo francês que passou a ser o protetor de todos os cães, tendo sido canonizado pelo Papa Gregório XIV em 1591.

Outro Santo que abraçou a causa em favor dos animais é SÃO JOÃO BOSCO. Nasceu no ano de 1815 e faleceu em 1888. Era padre italiano, fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales.

Durante os anos de 1854 a 1864 o sacerdote católico foi protegido por um enorme cachorro de nome Grigio, que foi seu anjo da guarda canino, quando, em uma noite voltando para casa, bandidos começaram a segui-lo. Como o sacerdote contrariava algumas pessoas de sua comunidade com o trabalho de ajudar os mais necessitados, foi emboscado por vários homens em uma rua escura e, se não fosse o cão, teria morrido, pois Grigio saiu em disparada atrás dos bandidos.   

No dia em que Dom Bosco viajou para visitar um amigo, a noite sobreveio e, sozinho, desejou que Grigio estivesse ali com ele; eis que logo apareceu o cão para acompanha-lo em segurança até seu destino.  

 O dia 31 de Janeiro é a data em que se homenageia este protetor dos animais que foi canonizado em 1934 pelo Papa Pio XI.           

 Também SANTO ANTÃO é considerado o protetor dos animais domésticos. Conhecido no Brasil mais pelo nome de Santo Antônio Abade, foi um monge egípcio que viveu de 251 a 356. Ficou órfão muito cedo e com a responsabilidade de cuidar sozinho de uma irmã e da fortuna deixada pelos pais, mas ouviu o chamado de Cristo que há muito tempo lhe dizia para dedicar-se à fé católica. Optou por abrir parte da herança que lhe foi destinada, colocou sua irmã aos cuidados de um convento e passou a viver isoladamente como um eremita, tendo mais tarde fundado um mosteiro.

Como conviveu com vários animais ao longo de sua vida, principalmente com bois, cavalos, cães, lobos, crocodilos e porcos, sem que esses o tivessem importunado, a imagem de Santo Antão sempre aparece ao lado de animais ou então de um porquinho deitado aos seus pés, sendo 17 de janeiro a data escolhida para prestar homenagens a este Santo. 

Na Itália antiga, no dia do santo, se fazia a bênção de animais domésticos, que era acompanhada por festejos populares, entre os quais, desfiles de cavalos. Ainda hoje, em Pinerolo-Itália, depois da bênção de animais, se realiza a corrida de cavalos. Na Espanha gatos, cães, coelhos e até tartarugas desfilam pelas igrejas para ganhar a bênção de Santo Antão em seu dia.

 SÃO FRANCISCO DE ASSIS é reverenciado no dia 04 de Outubro, data em que igrejas de várias partes do mundo recebem animais para serem abençoados, inclusive o Papa Francisco, em Setembro deste ano, abençoou o cão labrador Léo, que ajudou vítimas no terremoto da Itália em Agosto.

Considerado o protetor de todos os animais e da natureza, talvez seja por isto que, entre os santos anteriormente falados, São Francisco é o mais conhecido no mundo inteiro, tendo sua vida retratada várias vezes nas telas dos cinemas. Nasceu em Assis, na Itália, em 1182 e faleceu em 1226, sendo, dois anos após, canonizado pelo papa Gregório IX.

Filho de um rico comerciante, aos dezesseis anos participou da luta contra a nobreza feudal, mas ficou preso por um ano. Em 1203, de volta à sua cidade, se entregou a uma vida de festas, no entanto, em 1206, ouviu um chamado de Cristo para “restaurar minha casa”. A partir deste momento se entrega a ELE e aos mais necessitados fazendo votos de pobreza. Funda a Ordem dos Franciscanos e se instala em cabanas nas montanhas, no entanto, decepcionado com os caminhos traçados pela Ordem, opta pela vida na floresta em contato com os animais, que passam a ser seus companheiros inseparáveis nos momentos de solidão.

São de autoria de São Francisco as mais belas mensagens a respeito dos animais, mostrando o quanto eles merecem nosso respeito e consideração. Sua imagem sempre aparece rodeada de vários deles.                 

Após pesquisar a vida destes santos, e de outros mais não citados neste artigo, acho contraditório quando uma pessoa, que se diz religiosa e temente a Deus, trata com tanto desrespeito um animal, que não tem como se defender. Será que não existe uma maneira das pessoas resolverem seus problemas sem ter de descontar nos indefesos animais? Fica aqui a pergunta que espero um dia, com a graça DELE, obter a resposta.       

 

Animais terapeutas

11 de Novembro de 2016, por Maria de Fátima Albuquerque 0

Desde criança sempre tive animais e, hoje, cheguei à conclusão que eles me ajudaram a ter uma infância feliz, tranquila e crescesse de forma saudável física e mentalmente.

Atualmente, existem diversos tratamentos envolvendo a utilização de animais em hospitais, clínicas, casas de saúde, escolas e em lares de idosos. É cada vez mais comum a colaboração dos pets na recuperação de pacientes dos mais variados casos clínicos.

Denominados de Zooterapia ou Terapia Assistida por Animais (TAA), esses tratamentos podem ser feitos em pacientes de diferentes faixas etárias, sendo dirigidos por equipe multidisciplinar capaz de escolher qual o método mais adequado a ser aplicado, o tipo de animal e a evolução do paciente antes e depois da introdução do mesmo.

A Zooterapia visa a estudar a interação do ser humano com o animal, mas sob o ponto de vista terapêutico e educacional, tendo o animal não apenas como companhia, mas estudado e colocado de forma a ajudar as pessoas, sobretudo quando elas se encontram em situações de estresse e depressão.

O tratamento com animais tem aplicações em diversos casos, como: AVC, lesão cerebral, esclerose múltipla, depressão, síndrome do pânico, fobias, idosos que sofrem de solidão e depressão, hiperatividade, déficit de atenção, pacientes hospitalizados, crianças e adultos com problemas de aprendizagem, Alzheimer, esquizofrenia, deficiências motoras, autismo, síndrome de down, entre outras.

No hospital israelita Albert Einstein, em São Paulo, a entrada de animais de estimação é liberada desde 2009, desde que o médico responsável pelo paciente autorize, tendo sido constatado que o tempo de permanência das pessoas no local é encurtado. Também a APAE de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, se utiliza do animal terapeuta em seu estabelecimento, podendo ser até o próprio bichinho do paciente.

Na Inglaterra, desde os anos 30, pesquisadores descobriram que os idosos que levavam para o asilo seus animais se interagiam muito mais rapidamente do que aqueles que não levavam. Em penitenciárias nos Estados Unidos, cães e gatos estão ajudando a recuperar a sensibilidade dos detentos melhorando, assim, o clima interno, pois a presença dos bichos alivia a raiva e tira o estresse dos condenados.

Os animais indicados para serem terapeutas precisam ser tranquilos e dóceis, para que o contato com os pacientes seja o mais próximo possível. Os mais indicados são os cães e os cavalos, mas, também, os gatos, jabutis, peixes, coelhos e aves podem ser animais terapeutas, inclusive, o próprio animal do paciente pode ajudá-lo em sua casa, com a supervisão do profissional especializado em TAA.

A saúde do animal também é monitorada por médico veterinário, para o bem do paciente e dele mesmo, inclusive existe a preocupação com a qualidade de vida do animal que deve ser tratado com muito carinho e respeito.

Quanto aos pacientes, qualquer um pode ser beneficiado com a terapia, desde que não tenha medo de animais, alergia ou problemas respiratórios, e que exista a empatia com o animal.

Podemos citar alguns exemplos de terapia assistida com animais como, a utilização de cavalos para reabilitar pacientes com esclerose múltipla, paralisia cerebral e síndrome de down, trabalhando o equilíbrio e a concentração desses pacientes, o uso de golfinhos e cães, para trazer crianças autistas para a realidade e ajudar as pessoas depressivas a recuperar a alegria de viver. Também a ONG “Cão Terapeuta”, criada em São Paulo no ano de 2008, e que conta atualmente com 54 cães, tem como objetivo ajudar na melhora de crianças, idosos e pessoas debilitadas ou com necessidades especiais.

Conclui-se que são muitos os benefícios terapêuticos trazidos pelos animais para nossa saúde física e mental, daí a importância de tê-los como parceiros em nossa caminhada terrena, sendo assegurado aos mesmos o DIREITO UNIVERSAL de não serem maltratados de forma alguma.