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A violência extrema contra os animais nas touradas

22 de Maio de 2017, por Maria de Fátima Albuquerque

O touro morre cravado de lanças e o toureiro elegantemente recebe os aplausos

Uma prática bastante polêmica em todo o mundo são as apresentações tauromáquicas, espetáculos de sangue em que um toureiro enfrenta um touro dentro de uma arena, quase sempre culminando na morte dolorosa do animal, diante de uma plateia enorme que a incita com palmas e gritos, finalizando sua conduta ignorante, fútil e cruel carregando o toureiro como se ele fosse um herói, enquanto o touro morto tem a sua carcaça arrastada para fora do local e sua carne negociada com açougueiros.

Lamentável dizer que a Tourada é um evento cultural cujo objetivo principal é fazer com que o touro seja morto, mas o que vale mesmo para os apreciadores e apoiadores desta atrocidade é o espetáculo de dança que os toureiros, vestidos a caráter e um pano vermelho na mão, driblam o chifre do touro para enganá-lo pelo maior tempo que for possível até matá-lo com várias estacas de madeira bastante afiadas ou objetos que se assemelham a espadas. A morte lenta e dolorosa do animal se inicia quando um ou mais toureiros enfiam estacas em seu dorso para que ele morra lentamente por hemorragia e dor, gritando e clamando por compaixão na frente de todos os presentes.

A Tauromaquia contempla todo o desenvolvimento prévio do evento que começa com o adestramento do touro, passa pela fabricação das roupas dos toureiros, culminando nos desenhos e publicações do cartel taurino. Por vezes os touros são drogados com substâncias anestésicas que, administradas em pequenas quantidades, causam um efeito calmante, mas nem sempre a dose é bem calculada, levando a que alguns sucumbam à dose excessiva mesmo antes de entrarem na arena. Esta prática é destacada na Espanha e em Portugal (países considerados evoluídos), acontecendo, também, embora de forma diferenciada, mas não menos cruel, no México, Peru, Colômbia e outros.

No Brasil as Touradas são proibidas, assim como atualmente a Farra do Boi, no entanto, Rodeios, Vaquejadas e Cavalgadas são permitidos embora a crueldade contra os animais seja frequente, muitas vezes passando despercebida pelas entidades protetoras dos animais, autoridades e pessoas que se dizem defensoras, mas que, por medo ou omissão, não denunciam.

Enquanto isso, nossos animais seguem vítimas dessa violência sofrendo física e psicologicamente com fraturas, sangramentos, stress, medo, angústia, tristeza, depressão e morte.  

Em Resende Costa, nos festejos onde acontecem Rodeios, Cavalgadas e desfiles nota-se que algumas pessoas, insensíveis aos sentimentos de nossos irmãos inferiores (se é que o são), judiam dos animais de forma não muito diferente do que foi exposto acima.

Entendo que, em pleno Século XXI, com o mundo totalmente globalizado, é inconcebível a realização de festas, eventos e espetáculos expondo animais de forma que sejam maltratados e desrespeitados. Sugiro a leitura da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, de 1978 (UNESCO), que em seu artigo 10 dispõe: “Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal”.  

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