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A raposa, mascote do Cruzeiro

13 de Julho de 2017, por Maria de Fátima Albuquerque

Por ser a Raposa obstinada no furto a galinheiros, sendo, por isto, considerada muito astuta, muitos contos estrangeiros e brasileiros adotaram como personagem esse mamífero de focinho longo e pontudo, grande cauda peluda e orelhas eretas relativamente compridas. “A Raposa e o Galo”, “A Raposa e a Cegonha”, “A Raposinha” e “A Raposa furta e a Onça paga” são um dos inúmeros contos que homenageiam esse animal.

Pertencente à família canidae, classe mammalia e ordem carnívora, assim como os cães, lobos, chacais e coiotes, a Raposa é um animal silvestre de médio porte, sendo que o macho pesa por volta de 5,9 quilos e a fêmea em torno de 5,2 quilos, vivendo, em sua maioria, de forma solitária. Possui pernas longas e audição e olfato bem apurados, favorecendo a caça, apresentando como particularidade as pupilas ovais, semelhantes às pupilas verticais dos felídeos. 

Exímia caçadora, a Raposa espera a oportunidade de pular sobre a presa para matá-la rapidamente. Sua dieta é ampla e variada, incluindo mamíferos como coelhos e ratos, répteis, anfíbios, insetos, aves, peixes, ovos e até frutas silvestres, sendo que o excesso de alimentos é enterrado no solo para seu consumo posterior. 

O acasalamento da Raposa ocorre em meados do inverno e, uma vez consumado, o casal ocupa um pequeno território que passa a defender de outras raposas. Os filhotes nascem aproximadamente após cinquenta dias de gestação e o macho traz o alimento para a fêmea enquanto ela amamenta as crias na toca, sendo que, posteriormente, o casal é que passa a caçar para alimentá-las. Perto do verão as jovens raposas começam a caçar sozinhas e no inverno elas deixam o território desfazendo-se aquela família.

Existem mais de trinta espécies diferentes de Raposa, sendo que a selvagem pode viver até dez anos, mas a maioria sobrevive por apenas dois ou três anos devido à caça, atropelamento e doenças. Por violar os direitos dos animais estabelecidos pela UNESCO, a caça à Raposa, considerada uma tradição na Inglaterra, felizmente foi proibida em 2005 pelo Parlamento Britânico, mas, mesmo alguns países proibindo o seu comércio, elas continuam sendo vendidas nos Estados Unidos e na Rússia como animais de estimação, o que é um absurdo haja vista que esse ato cruel retira o animal de seu habitat natural fazendo com que o seu instinto de caçar seja violado.

Por ser um animal silvestre (aquele que vive naturalmente fora do cativeiro), a Raposa tem seus direitos salvaguardados pela Lei de Proteção à Fauna - Lei Federal nº 5.197/67-, e pela Lei de Crimes Ambientais- Lei Federal nº 9.605/98 (art. 29 § 3º), que dispõem que os animais silvestres, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são propriedades do Estado, sendo proibido a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.

No ano de 1945, em homenagem a um ex-presidente do Cruzeiro, conhecido por sua esperteza no comando dos negócios do clube, e pelo fato da Raposa ser o animal que se alimenta de galináceos, uma alusão ao seu maior rival, o chargista conhecido como “Mangabeira” desenhou aquela que passou a ser a mascote oficial dos cruzeirenses.

Importante destacar que, em todo o Mundo, algumas espécies de Raposas já foram extintas e outras já se encontram na lista de ameaçadas de extinção.  Se continuar a irracional degradação do meio ambiente e a perseguição desse animal, os CRUZEIRENSES correrão o risco de ter que adotar outra mascote, tornando-se, portanto, de suma importância a nossa colaboração na sua preservação. 

Nas próximas edições discorrerei sobre outra grande mascote: o Galo.

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