Tenho percebido diariamente uma enxurrada de informações sobre alimentação sendo propagadas de maneira desordenada e sem nenhum fundamento científico que possa servir como base. Muitas dessas informações são repassadas por profissionais que possuem algum tipo de benefício de indústrias que produzem determinado alimento ou suplemento e também por blogueiras, personalidades e adeptos de um estilo de vida dito como saudável.

Na maioria das vezes, os produtos estão com rótulos bastante chamativos e tentam vender a ideia de uma melhora no físico, na saúde, bem como na qualidade de vida. No entanto, devemos tomar muito cuidado com o que ouvimos e lemos nos canais de comunicação presentes ao nosso redor.  Ao mesmo tempo em que eles podem nos ajudar com boas informações, devemos saber filtrar bem tudo aquilo que pode ou não ser verdade. Muitas vezes, aquela informação que estamos tendo acesso vai muito além do que apenas boas intenções, mas são cheias de interesses financeiros por detrás. Abaixo, segue alguns mitos sobre nutrição:

Mito 1 – Ovos aumentam o colesterol e causam problemas cardiovasculares

O consumo de ovos e a incidência de problemas cardiovasculares (aumento do colesterol) não possuem correlação comprovada. Além de conter proteínas e gorduras, os ovos possuem diversos outros nutrientes. Não se preocupe tanto com o colesterol do ovo, pois ele não irá aumentar os seus níveis de colesterol. A única ressalva é que deve-se ficar atento ao modo de preparo e a quantidade a ser consumida no contexto alimentar.

Mito 2 – Gorduras engordam e causam mal ao coração

A ingestão de gorduras é essencial para a produção de diversos hormônios e para o funcionamento de outras funções orgânicas do nosso corpo. Já há diversos estudos demonstrando que uma alimentação rica em gorduras boas (oleaginosas, azeite de oliva, óleo de coco, abacate, sementes) pode ser interessante para quem deseja melhorar a composição corporal (perda de gordura) e os níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos. Contudo, a quantidade a ser ingerida deve ser analisada individualmente por um nutricionista.

Mito 3 – Qualquer indivíduo não pode consumir leite

O consumo de leite deve ser evitado apenas por aqueles indivíduos que possuem algum tipo de alergia à proteína do leite ou intolerância à lactose diagnosticada por exames e sintomas (má digestão, dores abdominais etc.). O leite é uma boa fonte de proteínas, vitaminas e minerais e quem não possui as restrições comprovadas pode consumi-lo de forma equilibrada no seu dia a dia.

Mito 4 – Dieta sem glúten emagrece e o glúten causa alergia

O processo de emagrecimento vai muito além da retirada do glúten da alimentação. O glúten é uma mistura de proteínas contidas em alguns cereais como o trigo, centeio, cevada e em pequenos traços na aveia. Sabemos que esses alimentos constituem-se principalmente de carboidrato e ao retirarmos essas fontes alimentares do nosso dia a dia, consequentemente teremos uma redução na quantidade de carboidratos ingeridos. Portanto, não é a retirada do glúten que emagrece, mas sim uma restrição calórica que é consequência da retirada de algumas fontes de carboidratos da nossa dieta. Salvo aqueles indivíduos que possuem intolerância ao glúten, como os que possuem doença celíaca, outros indivíduos podem consumi-lo moderadamente. 

Mito 5 – Dieta detox é eficiente para emagrecimento

As famosas dietas detox são consideradas por algumas pessoas como a que mais lhe proporciona perda de peso. No contexto dessa dieta, ocorre sim perda de peso, mas uma perda de peso derivada da eliminação da água corporal e não da gordura, que seria o mais ideal. Como é uma dieta com base de legumes, verduras, frutas e líquidos, há uma baixa ingestão calórica, acompanhada por uma baixa na reserva de glicogênio (depósito de carboidrato e energia do corpo humano). Como a molécula de glicogênio possui grandes ligações com moléculas de água, essa baixa nos depósitos de glicogênio é acompanhada por uma diminuição no conteúdo de água corporal. Portanto, para quem deseja obter detoxicação e uma perda de peso saudável, a melhor saída é ficar longe do cigarro e do álcool e evitar ao máximo o consumo de produtos processados e ultraprocessados (industrializados). Com uma alimentação mais natural possível e a prática constante de exercícios físicos, conseguirá obter bons resultados no seu objetivo.

P.S.: as dicas acima não substituem um acompanhamento nutricional especializado. Caso tenha o interesse de modificar seus hábitos alimentares, procure um nutricionista de sua confiança.

Há algum tempo, estamos vivenciando um estado de transição nutricional, pois ao mesmo tempo em que ocorreu uma queda no número de pessoas desnutridas, aumentou a quantidade de pessoas com sobrepeso e obesas ao redor do mundo. Tal fato decorre também devido a uma mudança no perfil dos indivíduos doentes. Se antes a maioria das complicações médicas vinha por exposições a vírus e bactérias, atualmente a obesidade é a principal responsável. Essa é a causa do grande número de pessoas que possuem as chamadas doenças crônicas não-transmissíveis, responsáveis pela maioria dos óbitos atualmente: diabetes, hipertensão arterial, câncer, doenças respiratórias etc.

Diversos estudos têm sido realizados com o propósito de diminuir a taxa de ocorrência dessas doenças no Brasil e no mundo. Um ponto relevante, tema de estudo recente, é a influência do ato de comer rápido e distraído no funcionamento do organismo e no processo de ganho de peso corporal. No estudo, os pesquisadores concluíram que a velocidade com que se come e o ambiente em que se realiza uma refeição possuem grande impacto na contribuição para o ganho de peso corporal de um indivíduo. Ou seja, quando nos alimentamos distraídos, com celulares, TVs, jornais ou alguma outra interferência ao nosso redor, sofremos prejuízos no processo digestivo da refeição. Isso ocorre devido a falhas entre a percepção sensorial no nosso cérebro e o funcionamento adequado do nosso metabolismo diante do alimento. Nessa situação, não conseguimos controlar a nossa mastigação e a digestão dos alimentos fica prejudicada, ao mesmo tempo em que esse hábito nos deixa cada vez mais ansiosos no nosso dia a dia.

A velocidade com que se faz uma refeição também causa grande impacto no processo de ganho de peso. Quanto maior a facilidade e a rapidez de se realizar uma refeição, maiores serão as chances de você consumir alimentos com alta quantidade de calorias, constituídos, principalmente, de açúcares e gorduras. Juntos, esses dois nutrientes são grandes vilões que contribuem para o ganho de peso corporal. Aqui você pode imaginar porque não é interessante ingerir sucos de frutas (ainda que naturais) durante o dia, né? Já imaginou quão é fácil ingerir em média 5 ou mais laranjas no suco e um pouco difícil comer essa mesma quantidade da fruta inteira? 

O estado de saciedade é controlado principalmente pela composição e quantidade do alimento ingerido. Os alimentos de muita densidade energética são um dos que menos nos oferece o controle da saciedade, além de serem os mais bem aceitos pelo nosso paladar, levando-nos à preferência por eles na hora da refeição. Essa é uma condição dos alimentos que possuem grande quantidade de calorias em pequenas porções, sendo uma característica dos produtos industrializados. Encaixam nesse quesito: bolachas, salgadinhos, doces, bolos, refrigerantes, sucos de caixinha, salgados fritos e uma série de outros produtos que a maior parcela da população tem o hábito de consumir diariamente.

Atualmente, com a industrialização, a correria do dia a dia e a exposição frequente a alimentos inadequados para o consumo, fica quase impossível ter uma alimentação 100% saudável. No entanto, seja qual for a circunstância, temos o poder de escolha e podemos sim realizar opções por alimentos que sejam realmente adequados para a manutenção de uma boa saúde e qualidade de vida.

Tudo em nossa vida é questão de prioridade. Se atualmente você não está se alimentando adequadamente, seja escolhendo melhor os alimentos e realizando as refeições com calma, com uma mastigação adequada, é uma escolha sua. No futuro você poderá pagar com as consequências na sua saúde. Posso lhe garantir que a partir de um planejamento qualquer meta pode ser concretizada. Afinal, você tem tempo para um monte de outras coisas na sua vida, mas não possui tempo para cuidar do seu bem mais precioso: a sua saúde?!

Comece agora mesmo as modificações nos seus hábitos alimentares e no seu estilo de vida. Realize mudanças nas suas preferências alimentares, reduzindo a ingestão de alimentos industrializados, inserindo alimentos mais naturais no seu dia a dia e tomando mais água (muita gente se esquece disso). Não sabe quais alimentos são os melhores? Aqueles que estão nas prateleiras dos estabelecimentos e não possuem rótulo. Acho que assim fica fácil saber, né? E não se esqueça de que a prática de exercícios físicos diariamente também é fator de muita importância a ser considerado.

Caso necessite, sempre procure orientação profissional de um nutricionista, pois a individualidade de cada um deve ser respeitada na elaboração de um plano alimentar.

Uma das dúvidas mais recorrentes que tenho presenciado na atualidade é em relação a utilização e os possíveis efeitos dos suplementos alimentares na modificação estética e na saúde do indivíduo. Muitas pessoas possuem grande receio de tomar suplementos, pois tem a errada interpretação de que a substância contida ali atrapalhará no alcance dos seus objetivos, com efeitos prejudiciais à saúde – presencio isso, principalmente em pessoas que querem fazer o uso de Whey Protein. A má interpretação, ocasionada principalmente pelo sensacionalismo da mídia, de blogs e da sociedade em geral, pode fazer com que as pessoas tenham um preconceito errôneo contra os suplementos. Irei esclarecer aqui alguns pontos importantes sobre a real utilização desses compostos.

O que são suplementos alimentares?

Os suplementos alimentares são nada mais nada menos do que alimentos que passaram por processos industriais, transformando-os, principalmente, em forma de pó ou cápsulas. Ou seja, a indústria prepara o alimento em sua forma natural e transforma-o em alimento mais concentrado (seja em carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais). Tudo isso para facilitar a vida do indivíduo, possuindo acesso de forma fácil, rápida e prática diante da necessidade de utilizá-los.

Quando utilizá-los? Quem pode se beneficiar do seu uso?

Primeiramente, devo lembrá-los que a prescrição de suplementos alimentares deve ser feita por um nutricionista, depois de avaliado todo o contexto de vida em que se encontra o indivíduo. Com isso, pode-se chegar à conclusão da real ou não necessidade de utilizá-los.

Presenciamos cada vez mais nas academias pessoas concluírem a sua sessão de atividade física, correrem para o bebedouro e começarem a balançar as suas garrafinhas, contendo principalmente o famoso e polêmico Whey Protein. Mas será mesmo que ela precisa disso naquele determinado momento ou está apenas seguindo um modismo recorrente nas academias ao redor do mundo?

De modo geral, os suplementos podem ser utilizados desde crianças e gestantes, contribuindo com a melhora da alimentação, bem como praticantes de atividade física de diferentes modalidades e patamares. Idosos que possuem dificuldade em ingerir alimentos por meio sólido para adquirir as quantidades de nutrientes necessários, pacientes pós-operatórios com demandas proteicas maiores também podem se beneficiar, e muito, da utilização dos suplementos em pó ou cápsulas. Ou seja, qualquer indivíduo, desde que constatada a necessidade, pode realizar a utilização.

A sua utilização pode me fazer mal?

Depende! Como diz aquele velho ditado: “A diferença entre o veneno e o remédio está na dose”. Como já disse anteriormente, um profissional deverá analisar a necessidade da utilização, bem como indicar ao paciente a quantidade do suplemento a ser ingerida. Caso a dosagem recomendada seja excedida por longo período de tempo, principalmente em indivíduos que já possuem tendência a ter algum problema, complicações de ordem fisiológica (problemas renais e hepáticos) e metabólica (descontrole do metabolismo) podem ocorrer. Nesses casos, ao invés de ajudar, o suplemento irá piorar o quadro de saúde do paciente.

É realmente eficaz utilizá-los?

A indústria tem evoluído a cada dia e com isso novos suplementos surgem no mercado fitness com uma velocidade incrível. No entanto, devemos ficar atentos, pois muitos produtos não possuem comprovação científica da sua eficácia. Ao mesmo tempo, eles já apresentam uma dosagem pré-determinada na embalagem que, na maioria das vezes, não seria a dosagem apropriada para grande parte das pessoas. Surge então a questão da individualidade biológica, ou seja, o contexto de vida geral do indivíduo deve ser analisado, bem como a necessidade do seu organismo por determinado nutriente ou substância.

P.S.: Na atualidade, a maioria das pessoas que estão tomando suplementos alimentares, o fazem sem necessidade. Além de possuírem nível de treinamento muito baixo, a alimentação está toda bagunçada. Antes de sair gastando dinheiro com suplementos alimentares, comece melhorando a sua alimentação. Gaste esse dinheiro procurando um nutricionista, pois, garanto que, fazendo isso, você terá melhoras na estética, na saúde e na sua qualidade de vida.

Em pleno século 21, mesmo diante de inúmeras campanhas de incentivo à pratica de exercício físico e adesão a hábitos alimentares saudáveis (e ainda chamando a atenção para os possíveis riscos de não fazê-lo), uma coisa “martela” diariamente em minha cabeça: por que a maioria das pessoas não possui hábitos de vida saudáveis, mesmo sabendo que estão colocando a sua saúde em sérios riscos no futuro?

Antes mesmo de ser um estudante da área da saúde (Nutrição), a minha preocupação sempre foi a de conscientizar o maior número possível de pessoas a saírem do sedentarismo e abandonarem hábitos alimentares inadequados. O mais grave é saber que grande parcela dos profissionais e estudantes não possui a mesma preocupação. Luto, diariamente, para que isso aconteça, ainda que inconscientemente, pensando na melhor maneira de colocar em prática, ou através de meus artigos e fotos nas redes sociais, jornal e blog, para os quais escrevo.

Apesar do meu pouco tempo como acadêmico de Nutrição, tenho percebido que muitos alunos e profissionais da área possuem total desmazelo com a própria saúde. Os mesmos defendem um consumo alimentar equilibrado, no entanto, estão se encharcando diariamente de alimentos com alto teor de farinha branca, açúcares e gorduras e ainda têm a audácia de criticar quem pratica e aconselha o contrário. Não estou criticando o fato de uma pessoa querer ou não se alimentar melhor, até porque isso não tornará um indivíduo melhor ou pior do que o outro. O que desejo é acabar com o preconceito de ambas as partes, ou seja, tanto de quem faz dieta ou tem uma alimentação saudável  e quem não está nem aí para a própria saúde e, acima de tudo, imagina que se alimenta bem. Estas pessoas estão no rol daquelas que não têm a capacidade de reconhecer o próprio erro.

No início de ano as pessoas geralmente têm o costume de fazer promessas que, infelizmente, na maioria das vezes, não cumprirão nem a metade. Peço, encarecidamente, que façam a seguinte reflexão: o que você tem feito pela sua saúde ultimamente? Será mesmo que você está satisfeito com o seu corpo ou apenas fica se autossabotando com pensamentos e atitudes criadas pelo seu inconsciente? Experiências e atitudes passadas refletem muito sobre o comportamento e seu estado atual de saúde. Possuímos a tendência de reproduzir tudo o que os nossos pais faziam quando éramos crianças, e isso não é diferente no quesito alimentação. Com o passar dos anos, fica cada vez mais difícil abandonarmos velhos hábitos. Porém, isso não quer dizer que não possamos realizar uma transição de maus hábitos alimentares para hábitos mais saudáveis - um bom nutricionista poderá te auxiliar a colocar isso em prática.

É primordial educarmos o paladar das nossas crianças desde o nascimento, pois é nesta fase da vida que o ser humano se encontra em formação. Não é raro presenciarmos cenas de adultos oferecendo doces, balas, salgadinhos e até mesmo refrigerantes na mamadeira para recém-nascidos. Mal sabem as pobres criancinhas que as chances de serem adultos com péssimos hábitos alimentares estão cada vez maiores. Muitos podem dizer: “ah, coitadinho, então ele não pode comer e não vai saber o que é gostoso na vida?”. As coisas não funcionam assim, pois até o indivíduo ter o primeiro contato com alimento, ele não saberá discernir se é gostoso ou não. Uma criança que passou a vida inteira comendo saudavelmente (legumes, verduras, frutas, alimentos naturais) não vai se importar quando adulto em consumir tais “porcarias” que presenciamos serem consumidas atualmente.

Como estudante e futuro profissional da nutrição, faço um apelo a todos os pais ou a quem tem muito contato com crianças: construam hábitos alimentares saudáveis para eles, ajude-os a serem pessoas saudáveis no futuro, estimule-os a praticarem exercícios físicos diariamente. Não só o indivíduo, mas toda a sociedade sairá ganhando com isso, pois teremos jovens e adultos mais dispostos, menos doentes, com melhor qualidade de vida, que estarão disseminando boas energias onde quer que estejam.

Mais um ano esta iniciando e só você tem a chance de fazer com que ele seja melhor do que o último que terminou. Comece fazendo algo pela sua saúde e pela saúde dos demais. Pratique exercícios físicos regularmente e comece a fazer modificações nos seus hábitos alimentares, introduzindo alimentos naturais e retirando os industrializados.  Por mais que o meio externo (sociedade em geral) tenha grande influência em nossas escolhas, creio que cada um pode fazer a sua parte e contribuir para que a sociedade se desenvolva de forma saudável. Caso sinta necessidade, procure um profissional da Nutrição para lhe ajudar.

PS.: Sei que pode parecer radical tudo o que expus acima, mas peço ao leitor apenas que reflita um pouco sobre o assunto. Se ainda assim você não concordar, tudo bem, respeito sua opinião, mas não julgue ser melhor ou pior do que quem o faz. Ler ainda: "Estudos apontam que os jovens estão preferindo alimentos frescos e estão mais preocupados do que as gerações anteriores em saber de onde vem e o que comem." (Reportagem publicada no jornal Estado de São Paulo, no dia 8/1/2016 - http://vida-estilo.estadao.com.br/noticias/bem-estar,seus-habitos-saudaveis-estao-consumindo-as-receitas-do-setor-de-alimentos-industrializados,10000006430)

A atividade física desempenha papeis fundamentais em nossa saúde. Modificações benéficas no nosso organismo e transformações na estética corporal são alguns desses papéis. No entanto, um aspecto pouco elucidado são os efeitos benéficos que a prática de exercício físico controlada poderá trazer para a nossa saúde mental. Estudos tem demonstrado que melhoras na qualidade do sono e nos aspectos cognitivos (memória e aprendizado), são alguns dos efeitos que a prática diária de atividade física poderá proporcionar ao praticante. Há também uma diminuição na variação do humor (depressão e ansiedade). O exercício físico é considerado por muitos como uma alternativa não-medicamentosa na prevenção e no tratamento de várias patologias médicas e distúrbios psicológicos e biológicos.

Sono e exercício físico

A eficácia do exercício físico na regulação do sono já foi constatada por diversos estudos, no entanto, isso não é muito destacado pelos médicos de modo geral. As pesquisas concluem que o aumento da temperatura corporal durante a atividade física, torna os mecanismos de dissipação do calor e indução do sono mais ativos no nosso corpo. Outro fato está relacionado ao aumento do gasto energético durante o exercício, que induziria uma reposição energética durante o sono, que por sua vez minimiza o estado de catabolismo (perda de energia) proporcionado pela atividade física. Indivíduos experientes na pratica de treinamento físico obtêm um sono mais profundo, restaurador e duradouro, se comparado com indivíduos sedentários, pois altera de modo positivo um dos estágios que regulam a qualidade do nosso sono.

Humor e exercício físico

A ausência ou a diminuição de sintomas depressivos e de ansiedade estão associadas à prática regular de exercício físico. Transtornos de ansiedade e depressão possuem influências comportamental, social e do meio, bem como uma implicação biológica, que é intermediada por uma série de hormônios controladores da nossa sensação de tranquilidade e bem-estar. A atividade física tem a capacidade de modular a produção e liberação de alguns hormônios, tais como serotonina, endorfina e dopamina, entre outros, que em concentrações ideais atuam na melhora do humor e do bem-estar.

Aspectos cognitivos e exercício físico

Os estudos não são muito conclusivos sobre os efeitos da atividade física na memoria, no entanto, já se sabe que pessoas ativas possuem menores chances de serem acometidas por disfunções cognitivas do que pessoas sedentárias. Elas possuem principalmente menores riscos de sofrerem do mal de Alzheimer. Isso ocorre principalmente devido à modulação na liberação de diversos hormônios e substâncias, que são controladoras de reações importantes nos aspectos cognitivos do nosso organismo.

Dependência por exercício físico

Um fato que muitas pessoas ignoram e que deveríamos ficar mais atentos é a dependência por exercício físico. Pouco se sabe sobre os efeitos dessa dependência, porém, alguns estudos correlacionam o excesso de exercício físico aos transtornos alimentares, bem como uma forma de dependência comportamental. No entanto, são necessários estudos mais específicos e objetivos, que nos possibilitem afirmar com maior exatidão quais os possíveis resultados que a dependência por exercício físico pode nos trazer.

Alcoolismo e atividade física

A prescrição de atividades física é de suma importância para quem está em tratamento para controle do consumo de bebidas alcoólicas, pois, há melhora no funcionamento do nosso organismo e das funções prejudicadas pelo abuso de álcool por um longo período de tempo. O treinamento físico melhora a resistência geral do organismo e ajuda na manutenção/ganho de massa muscular, que estão comprometidos em usuários de álcool.

Considerações importantes

É importante destacar que em todos os casos a prática moderada de exercícios físicos foi responsável pela melhora nos aspectos psicológicos e biológicos mencionados anteriormente. Por isso, consulte um treinador físico para que ele possa controlar a intensidade do seu exercício e com isso você possa desfrutar dos benefícios que o mesmo pode lhe trazer. Antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, é necessária a realização de uma avaliação médica e funcional, principalmente em indivíduos que possuem alguma doença e estão em uso crônico de algum medicamento.

Nesta época do ano, muitas pessoas procuram centro de esportes, academias, clubes, clínicas de estética e nutricionistas. Estão procurando milagres. Chegam com o intuito de modificar sua composição corporal e apresentar corpos torneados e perfeitos no verão e no carnaval. Essas pessoas se esquecem que o cuidado com o corpo vai muito além de ser apenas em uma época do ano. Os corpos “trabalhados” que vemos nas praias, clubes e nos desfiles do carnaval foram construídos através de treinamento físico e de uma boa alimentação durante muito tempo. Não pense que se você fizer musculação e se alimentar bem apenas em uma época do ano irá obter os mesmos padrões físicos dos passistas de escolas de samba. O seu comprometimento constante com a prática de exercícios físicos e uma boa alimentação é que te proporcionará mais saúde e um corpo atlético.

Muito obrigado a todos que dedicam um pouco do seu tempo para ler o que eu escrevo. Espero que continuem nessa caminhada juntos comigo, se alimentando bem, praticando exercícios físicos diariamente e levando boas energias onde quer que estejam. Que todos vocês tenham um feliz Natal e um Ano-Novo cheio de conquistas e muita saúde.