Nutrição e atividade física
09 de Novembro de 2015, por Rômulo Costa 0

A nutrição aplicada à atividade motora propõe estudar a demanda energética que uma pessoa necessita para desenvolver as suas aptidões da forma mais eficiente possível, dentro de qualquer esforço físico que ela possa se submeter. As atividades motoras se restringem a quatro grandes áreas: esporte, educação física, dança e recreação/lazer. É sabido que o homem sempre acrescentou em seu dia a dia atividades que realizam movimento, e a nutrição oferece suporte nutricional adequado, de acordo com as especificidades de cada atividade e indivíduo.
Qualquer que seja a atividade em questão, devemos manter sempre uma ingestão balanceada correta de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais). Principalmente em períodos de treinamento intenso, onde a demanda energética é maior, o indivíduo deve manter uma ingestão alimentar suficiente para que a saúde e a performance no treinamento não sejam prejudicadas.
Qualquer que seja a atividade a ser realizada, o atleta/indivíduo precisa passar por criteriosa avaliação, levando em conta aspectos como idade, sexo e genética, para que suas aptidões possam ser desenvolvidas ao máximo, dentro do seu potencial.
Os macronutrientes na dieta do atleta devem ser implementados a fim de manter a performance, o físico e o bom funcionamento do organismo em completa sinergia.
Os carboidratos têm a função de manter os níveis de glicemia estáveis durante o exercício e a reposição do glicogênio muscular, funcionando como principal fonte de energia do organismo humano. Os tipos de carboidratos a serem ingeridos devem ser analisados pelo nutricionista, bem como os horários e as quantidades de ingestão dos mesmos.
Devem ser priorizadas a ingestão alimentar de proteínas através da dieta, sendo que uma possível suplementação com proteínas deve ser analisada pelo profissional da nutrição que acompanha o indivíduo. As proteínas possuem a função de recuperação e estruturação dos tecidos, por isso é importante que ocorra um consumo adequado de fontes primárias de energia, tais como: carboidratos (pães, massas e frutas) e gorduras (azeite, frutas oleaginosas etc). Caso esse consumo seja insuficiente, pode ocorrer quedas no rendimento da atividade física, devido à diminuição da massa magra (muscular) do indivíduo.
As gorduras, além de ser fonte de energia, possuem ácidos graxos (gorduras) essenciais e exercem influência no combate a processos inflamatórios. Possuem também importante papel de regulação do nosso metabolismo e na produção de vários hormônios, vitais para a melhora do aproveitamento da atividade física e na manutenção da saúde.
A água possui importante papel de hidratar, repor os diversos sais minerais perdidos na atividade física e regular a temperatura corporal. Sendo a substância mais abundante no nosso corpo (cerca de 70%), deve-se manter uma ingestão constante de água para que o nosso organismo funcione dentro das suas normalidades. Há de se destacar o consumo adequado de água, principalmente durante a prática de atividade física.
O balanço energético alcançado através do consumo de todos os nutrientes mencionados anteriormente contribui para que vários processos hormonais e metabólicos trabalhem a favor do atleta e do praticante de atividade física, principalmente no que diz respeito à melhora da performance e da saúde.
Nessa época do ano todos estão loucos para atingirem o corpo dos sonhos em pouco período de tempo, no entanto, não saia por aí praticando restrição alimentar rígida por conta própria. Caso faça isso, ao longo prazo podem aparecer prejuízos para a sua saúde, com chances aumentadas para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Procure ajuda de um profissional da nutrição, no intuito de melhor uma melhor qualidade de vida.
Referências
Junior, A. H. L. Nutrição aplicada à atividade motora. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.25, p.45-51, dez. 2011.
Esteróides anabolizantes: riscos premeditados
26 de Setembro de 2015, por Rômulo Costa 0
Os esteróides anabolizantes (conhecidos por muitos como “bomba”) são responsáveis pelo tratamento de diversas doenças humanas. No entanto, podem causar graves problemas ao nosso organismo se administrados de forma indevida. Neste período que antecede o verão, as pessoas estão em busca de resultados estéticos milagrosos, querem aumento da autoestima, braços musculosos, chamar a atenção por onde passam. Elas se descuidaram durante todo o ano e querem ter o corpo dos sonhos em um período de tempo muito curto. Com isso, recorrem aos anabolizantes, até mesmo sabendo dos riscos que o uso pode trazer, e com isso colocam a sua vida em jogo.
Essa classe de medicamentos é utilizada atualmente quando há alguma deficiência na produção hormonal que cause transtornos à saúde do indivíduo. A terapia pode trazer aos pacientes a normalidade das suas taxas hormonais, e com isso o indivíduo pode obter melhoras na sua saúde. Entretanto, a utilização dessas substâncias deve ser prescrita por um médico endocrinologista, que irá acompanhá-lo durante todo o tratamento.
A preocupação no combate ao uso dessas substâncias é grande, pois a grande parcela dos usuários é instruída pelos próprios professores de academia, amigos, blogs e a obtenção do medicamento é feita por meio ilícito.
O uso vem acompanhado de diversas promessas, tais como: aumento da produção de hormônios que levam a um aumento da massa muscular e melhora da estética, juntamente com um aumento do desempenho esportivo. Porém, muitos se esquecem dos riscos a que estão se expondo. O aparecimento de problemas cardiovasculares, deficiências no funcionamento do fígado e dos rins, aumento de coágulos no sangue, descontrole na produção hormonal, irritabilidade, aumento da pressão arterial e ao desenvolvimento de câncer são alguns dos prejuízos que o uso indevido pode causar.
Juntamente com os narcóticos, o mercado de anabolizantes vem sendo combatido em todos os países onde há a proibição, mas, como se sabe, a fiscalização é ineficaz, uma vez que podemos comprar essas drogas facilmente no mercado negro.
É necessário que sejam feitas campanhas sociais para combater o uso descontrolado, principalmente por adolescentes desinformados, e mostrar que o caminho para um corpo saudável e atlético tem como premissas básicas a alimentação, o treinamento físico, o descanso e a suplementação adequada, pois, acima de tudo, devemos prezar pela nossa saúde, sem comprometermos a nossa qualidade de vida.
Se você tem o desejo de melhorar sua estética e sua saúde, pratique atividade física regularmente e procure um nutricionista para se alimentar da forma correta.
Perder peso X emagrecer
25 de Julho de 2015, por Rômulo Costa 0

Vivemos numa era em que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o corpo, seja por simples vaidade ou por questões que envolvem a melhora da saúde e uma vida mais saudável. Com isso, muitos buscam realizar algum tipo de atividade física e iniciam um tratamento nutricional. No início do processo, ficam ansiosos pelos resultados e começam a se pesar constantemente, associando o emagrecimento à perda de peso. No entanto, há diferenças significativas que devem ser consideradas nesse contexto.
O hábito de se pesar constantemente pode levar a pessoa a ser enganada pela balança. Em alguns casos, ao achar que devido ao fato de o peso dela ter permanecido estável ou ter aumentado, isso não significa que a pessoa não tenha perdido peso. Contudo, devemos esclarecer que perder peso não é a mesma coisa que emagrecer, pois o emagrecimento está ligado à perda de uma quantidade de gordura corporal que o indivíduo possui. Ao contrário, a perda ou não de peso, que podemos medir na balança, está relacionada apenas com a redução da sua massa corporal, não levando em consideração se a perda foi de músculo ou de gordura.
Só para termos uma ideia, nós podemos manter o peso e engordar, perder peso e engodar e ganhar peso e emagrecer. Considerando a hipótese de manter ou perder peso, temos o seguinte: podemos dizer que um indivíduo que manteve o peso ou perdeu peso, sendo esse peso de massa muscular, engordou. Isso ocorre porque a densidade da massa muscular é maior do que a densidade da massa de gordura, sendo a densidade uma medida inversamente proporcional ao volume ocupado. Com isso, maior área será ocupada para armazenar a massa de gordura que esse indivíduo possui.
Devemos considerar que para pessoas que estão muito acima do seu peso, a perda de massa muscular juntamente com a massa de gordura não é tão prejudicial até certo ponto. Isso se deve ao fato de que é quase impossível obter grandes reduções na massa corporal e não perder músculo. No entanto, um trabalho envolvendo alimentação adequada, com exercícios aeróbicos e musculação deve ser inserido nesse contexto, principalmente com foco nos grupos musculares que demandam maior gasto energético. Desse modo, podemos aumentar a perda de gordura e diminuir a perda de músculo.
Por isso, se você se pesa constantemente e está ansioso com seu processo de emagrecimento ou ganho de massa muscular, não considere apenas a balança para classificar o seu estado nutricional atual. Isso são apenas números, que não dizem quase nada sobre a sua composição corporal. Há outras avaliações que devem ser feitas, seja por um educador físico ou nutricionista, tal como a medição do IMC (Índice de Massa Corporal) associada à aferição das dobras cutâneas e circunferência abdominal, sendo esta última um parâmetro utilizado para medir os riscos de doenças cardiovasculares.
Caso deseja perder peso com saúde, as melhores soluções são estratégias alimentares individuais e atividade física controlada. Não recorra a remédios ou dietas rigorosas que prometem perdas muito grandes de peso em espaços curtos de tempo. Tenha paciência. Um dos métodos mais eficazes é e sempre será a junção da musculação a exercícios aeróbicos (corrida, esteira, caminhada etc.). A musculação tem o grande papel de ajudar a manter a nossa massa muscular dentro de um contexto alimentar elaborado com esse intuito. E tem também grande influência no aumento do gasto energético em repouso - efeito que a maioria das atividades aeróbicas contínuas não consegue exercer.
Para sua segurança, antes de iniciar qualquer processo de emagrecimento, faça uma avaliação médica, procure um nutricionista e pratique atividades físicas com acompanhamento de um educador físico. Fazendo isso, as chances de problemas futuros acontecerem diminuirão muito.
Diabetes, atividade física e alimentação
25 de Junho de 2015, por Rômulo Costa 0
O Brasil país ocupa a 4ª posição no ranking mundial em número de diabéticos, com mais de 13 milhões de pessoas que possuem a doença. O diabetes ocorre devido a uma insuficiência do nosso corpo em produzir o hormônio insulina, que tem a função de retirar o açúcar do sangue e levá-lo até as células para ser utilizado como fonte de energia. Com essa produção insuficiente, o açúcar presente no sangue se eleva e o indivíduo desenvolve quadros de hiperglicemia.
O diabetes que ocorre com maior frequência atualmente é o Diabetes Mellitus Tipo II (90% dos casos) e normalmente afeta pessoas com idade acima de 40 anos. Além do fator genético, a obesidade, decorrente da má alimentação, sedentarismo e stress são considerados como uma das possíveis causas.
Os principais sintomas do Diabetes Tipo II são: sede, boca seca, fome constante, vontade de urinar frequente, visão embaçada, dificuldade de cicatrização de feridas, cansaço constante. Pode ser considerado um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, onde se destacam os problemas cardiovasculares, as alterações na visão e as disfunções no sistema nervoso central.
Indivíduos que possuem Diabetes Tipo II normalmente são mais preguiçosos e ociosos em relação à atividade física e uma boa alimentação. No entanto, o que deveria ocorrer é o contrário, pois já estamos cansados de saber que a junção da prática diária de atividade física e de hábitos alimentares saudáveis é a principal saída para a prevenção de complicações futuras da saúde.
Em estudo publicado em 2013, os pesquisadores analisaram o efeito do nível de atividade física sobre a aptidão física e a qualidade de vida de indivíduos com e sem diabetes. Os participantes foram divididos em dois grupos: indivíduos que possuíam Diabetes Tipo II ativos e indivíduos que não possuíam a doença insuficientemente ativos. O resultado não poderia ser outro: os praticantes que se exercitavam, mesmo que com pouca frequência, possuíam melhor aptidão física e melhor qualidade de vida do que os que não se exercitavam. Isso confirma que praticantes de atividade física podem se beneficiar na prevenção e no tratamento do Diabetes Tipo II.
Quanto à alimentação, ela deve provir principalmente de alimentos chamados de in natura, que compreendem alimentos naturais, em sua forma original, não submetidos a processos industriais. Podemos citar algumas regras básicas para a prevenção/tratamento:
1º) Evite ao máximo alimentos que contenham açúcar e farinha processada (farinha de trigo branca);
2º) Dê sempre preferência para alimentos preparados com farinha de trigo 100% integral;
3º) Consuma diariamente aveia, grãos integrais e sementes (quinoa, linhaça, chia, amaranto, gergelim);
4º) No almoço, troque o arroz branco pelo arroz integral e não utilize a prática de fritar os alimentos;
5º) Inclua no almoço e na janta porções de verduras, vegetais folhosos e legumes (a beterraba, mesmo sendo considerada um legume, deve ser ingerida moderadamente, pois, ela também contém açúcar em sua composição);
6º) Inclua ovos na sua alimentação (não, ele não é tão vilão como você pensa);
7º) Consuma frutas diariamente, no entanto, controle-se. As frutas também possuem carboidrato (frutose) e sua ingestão descontrolada pode ser prejudicial para a saúde do diabético;
8º) Ingira água diariamente;
9º) Faça exercícios físicos regularmente.
Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostram que em 2035, o número de brasileiros com diabetes poderá chegar a 19,2 milhões. No entanto, se mudarmos alguns dos nossos hábitos alimentares e o nosso estilo de vida, essa estimativa pode não fazer parte do cenário futuro previsto para a população brasileira. A mudança do estilo de vida tende a causar impacto direto na saúde e na qualidade de vida das pessoas, gerando benefícios também na autoestima, no humor e nas relações sociais.
Apenas você pode fazer algo pela sua saúde. Portanto, se você possui os sintomas ou já é diagnosticado com diabetes, procure ajuda de um nutricionista de confiança para que ele possa realizar ajustes na sua alimentação. Assim, você poderá desfrutar dos benefícios de uma melhora significativa na qualidade de vida.
Decifrando o rótulo dos alimentos
25 de Maio de 2015, por Rômulo Costa 0
Podemos considerar que os rótulos são o meio de comunicação mais eficaz entre consumidores e um determinado produto. Contudo, o que mais vemos hoje são rótulos muito difíceis de serem lidos quando interpretados por uma pessoa que não tenha conhecimentos básicos de como fazer a leitura correta. A confusão é generalizada, ainda mais nos tempos atuais em que produtos novos são colocados no mercado a todo o momento, principalmente os produtos considerados saudáveis. Mesmo que a rotulagem no Brasil tenha o controle da ANVISA, ainda assim causa grande confusão na cabeça dos consumidores.
Ingredientes
Nos rótulos, a lista de ingredientes é descrita sempre na ordem crescente de quantidades, sendo que o primeiro ingrediente é o que está em maior quantidade no produto e o último, em menor quantidade. Devemos alertar aqui para a escolha de alimentos em que o açúcar apareça como um dos últimos ingredientes.
Tabela nutricional
A tabela nutricional nos mostra o teor e a quantidade exata dos principais ingredientes dentro de uma determinada porção.
Porção
A porção é calculada com base na quantidade que uma pessoa saudável pode consumir do produto por refeição. Muitas pessoas não ficam atentas a isso e fazem confusão. Devemos analisar este item com cuidado, caso contrário, acabamos ingerindo muito mais do que a porção explicitada no rótulo, podendo ser prejudicial caso seja um produto de pouco valor nutricional (não saudável) e esse consumo seja constante.
VD (Valores Diários)
É calculado com base em uma ingestão diária de 2000 kcal, considerando a quantidade de energia que uma pessoa saudável precisa para viver normalmente. No entanto, este valor pode variar, podendo ser maior ou menor, de acordo com a individualidade de cada pessoa.
%VD
Corresponde à proporção de quanto aquele produto consegue nos oferecer dos valores diários recomendados.
Valor energético (kcal ou kj)
É a energia que o nosso corpo consome, proveniente dos carboidratos, proteínas e gorduras presentes nos alimentos.
Dicas importantes:
· Leia o rótulo com atenção;
· Muitos produtos que possuem carboidratos refinados, como sucos, biscoitos, refrigerantes, possuem também grande quantidade de açúcar. Sempre que for comprar esses produtos, fique atento às quantidades de açúcar do mesmo e procure os que contenham o mínimo possível;
· O sódio é importante para regular a entrada e saída de água do nosso corpo, para o funcionamento do nosso cérebro e na contração muscular. Porém, em excesso, ele traz malefícios, como elevação da pressão arterial e retenção de líquidos. Fique atento às quantidades de sódio do produto e prefira os que possuam a menor quantidade;
· Prefira os produtos que não contenham gordura trans em sua composição, pois ela pode ocasionar obesidade e diabetes. Contribui também para a elevação do nosso colesterol ruim (LDL), podendo acarretar aterosclerose, desencadeada pelo entupimento das artérias do coração e do cérebro;
· Confira a data de validade de produto.
Raciocinando um pouco, podemos considerar que quanto menos ingredientes e mais próximo da sua forma natural for o alimento, melhor para a nossa saúde. No entanto, a correria do dia a dia impede muitas pessoas de preparar o seu próprio alimento. A dica é analisar melhor o rótulo antes da compra.
Para maiores informações, o leitor pode consultar o site da Anvisa, especificamente a seção “Manual do Consumidor”.