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O lado sombrio de quem já foi considerado ídolo: Daniel Alves condenado por estupro

27 de Marco de 2024, por Vanuza Resende

É fato que há muito tempo os jogadores de futebol não são cobrados apenas pelo que apresentam em campo. E, na minha opinião, nem deve ser mesmo. Além dos bilhões de reais movidos pela competição tão prestigiada, os jogadores vestem uma camisa que representa um clube, e esse clube tem outros milhares de torcedores que vestem a mesma camisa por acreditarem nos ideais daquele time.

E os salários astronômicos refletem na responsabilidade de não ir para balada em meio aos treinamentos, de manter bom comportamento, ainda que esteja em férias, e por aí vai. Cobranças que são pesadas em alguns momentos, mas necessárias.

O que acompanhamos nos últimos tempos não é sobre comportamento. É sobre um crime. O renomado jogador Daniel Alves foi condenado por estupro na Espanha, onde jogou por longos anos no Barcelona. O nome de Daniel Alves deixa de ser sinônimo de sucesso e glória nos gramados, ficando manchado por uma acusação grave de uma jovem que alegou ter sido estuprada pelo atleta em uma boate em Barcelona. No início, houve até contestações por algumas pessoas, que insinuaram que a jovem estaria querendo fama. Não, ela não queria fama, ela lutou desde o início por justiça. A mulher, mais uma vez, sendo julgada no lugar do homem.

A Justiça da Espanha decidiu, baseada em várias provas, que o jogador de 40 anos cumpra quatro anos e meio de prisão. Também foi imposto ao lateral, que cumpre pena desde janeiro de 2023, um período de cinco anos em liberdade vigiada, a ser cumprido depois da pena na prisão. O jogador também deve pagar uma indenização de 150 mil euros (R$ 805 mil) por danos morais e físicos e arcar com as custas do processo.

A pena, considerada branda por alguns, precisa ser cumprida para também mostrar que o esporte não é apenas sobre um jogo em si. Não é apenas sobre os gols marcados, os troféus erguidos ou os recordes quebrados. É também sobre valores que representamos, a conduta adotada dentro e fora de campo, a responsabilidade carregada por figuras públicas.

A condenação de Daniel Alves por estupro nos lembra que o esporte não está imune aos males da sociedade. Por detrás da fama e da glória, há seres humanos falíveis. E que, acima de tudo, é nossa responsabilidade enquanto sociedade não apenas celebrar as conquistas, mas também confrontar as falhas e buscar a justiça. Afinal, não é só futebol. Trata-se de quem somos e quem escolhemos idolatrar.

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