Meio Ambiente

Parceria entre empresas locais e ONG ambiental produz lixeiras urbanas a partir da reciclagem

12 de Marco de 2014, por Instituto Rio Santo Antônio 0

Estabelecimentos comerciais colaboram na manutenção da Limpeza urbana. Lixeiras são produzidas pelo IRIS, com o reaproveitamento de galões plásticos.

O IRIS iniciou uma nova ação no mês de fevereiro, voltada para a limpeza urbana.  A iniciativa tem o objetivo de disponibilizar lixeiras em diversos pontos comerciais da cidade e já conta com o apoio de doze empresas locais.

 

Como são as lixeiras?

 

As lixeiras são confeccionadas a partir do reaproveitamento de galões plásticos de 80 litros.  Os recipientes são pintados artesanalmente e o comerciante os adquire a preço de custo, podendo escolher entre várias opções de estampa. Feitas em material leve e resistente, são práticas e funcionais.

 

Como funciona o projeto?

O IRIS confecciona a lixeira e a disponibiliza a baixo custo para o comerciante, que assume o compromisso de colocá-la em frente ao seu estabelecimento todos os dias, durante o horário de expediente. Assim, as lixeiras ficam disponíveis para os transeuntes e turistas durante todo o dia, sendo esvaziadas pela coleta pública do lixo.

Ao fim do horário comercial, o estabelecimento parceiro recolhe a lixeira, garantindo que não seja depredada ou revirada por cães durante a noite. No dia seguinte, a empresa volta a colocar o lixo na calçada. A proposta é gerar uma solução eficiente e de simples implementação e manutenção, contando com o apoio da população, principalmente do setor comercial. O presidente do IRIS, Emerson Gonzaga, espera que, com a expansão da iniciativa, a população se sensibilize ainda mais para a manutenção da limpeza urbana, de modo que as lixeiras possam ser instaladas na rua e ali permanecer também durante a noite. “A guarda das lixeiras nos estabelecimentos comerciais é uma estratégia inicial. Acredito que, com o tempo, a população irá respeitar e zelar pelo projeto junto com o IRIS e os comerciantes. Aí poderemos pensar na manutenção das lixeiras na rua também durante a noite, o que é necessidade em alguns locais”, relatou.

 

Quem pode participar?

Qualquer empresa ou morador da cidade. Para obter mais informações, acesse o site do IRIS ou a página da ONG no facebook:

www.portaliris.org.br

https://www.facebook.com/irisambiental

 

Colabore você também

Vale ressaltar que as lixeiras confeccionadas pelo IRIS são destinadas ao uso do transeunte, isto é, das pessoas que passam pela rua e têm um pequeno volume de lixo a descartar. O objetivo da parceria entre o IRIS e o comércio local não é recolher lixo doméstico. Aliás, cada residência deve ter a responsabilidade sobre o seu lixo e sobre a disponibilização do mesmo para a coleta pública em um recipiente adequado.  Faça a sua parte!

Terapias Naturais: a homeopatia

12 de Fevereiro de 2014, por Instituto Rio Santo Antônio 0

Rafael Costa*

A busca por uma vida mais saudável leva grande parte da população a recorrer às chamadas Terapias Alternativas. As Terapias Alternativas ou Naturais são práticas de saúde que visam a complementar a prática médica tradicional, abordando o ser humano de uma forma holística, levando em conta os aspectos energéticos, emocional, mental e espiritual de cada pessoa. São chamadas naturais, por que têm uma ação natural, ou seja, estimulam  nosso corpo a reagir naturalmente, tendo energia e elementos para produzir as substâncias que estão em falta e que são necessárias ao seu funcionamento normal e saudável, e também porque tratam o ser utilizando-se do caminho oferecido pela natureza, seja através das plantas, com fitoterápicos, florais, minerais, óleos essenciais, ou com a própria energia vital.

Em 2006, o Ministério da Saúde lançou o PNPIC, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares que incentiva o uso no SUS de cinco terapias alternativas. São elas: a acupuntura, a homeopatia, a fitoterapia, a crenoterapia e a medicina antroposófica. Dentre essas terapias, uma vem ganhando destaque pelos seus benefícios tanto na saúde do homem como na saúde das plantas e dos animais: a homeopatia.

Criada em fins do século XVIII e inicio do XIX, a homeopatia é considerada por alguns a medicina do século XXI. A palavra “homeopatia” vem do grego hómoios+páthos que significa: semelhante + doença, ou seja, doença semelhante. Seu idealizador foi um médico alemão chamado Christian Friedrich Samuel Hahnemann. Nascido em Meissen, na Alemanha, em 1755, e formado pela escola de medicina de Leipzig, Hahnemann exerceu a profissão até 1787 quando a abandonou, pois estava descrente dos métodos utilizados pela medicina de seu tempo que utilizava as sangrias como tratamento, o que ocasionava um grande número de mortes.

Passou a viver da tradução de obras científicas, e em 1790, enquanto traduzia a matéria médica de Cullen sobre as propriedades do caule da quina, utilizada no combate da malária, teve o insight repentino e escreveu os princípios da ciência da homeopatia. Dentre estes princípios estão:

A observação: para ele, grande parte da arte médica consiste na capacidade de observação do médico. A observação deve ser feita sem nenhum tipo de preconceito ou julgamento, estando o prático aberto aos relatos explícitos e implícitos do paciente.

Estudar o doente, não a doença: este princípio, proposto no Ocidente pela primeira vez no tempo de Hipócrates, assentou as bases da holística, estabelecendo que na compreensão do processo saúde/enfermidade não se divide a pessoa em sistemas ou órgãos, devendo-se avaliar a totalidade sintética do indivíduo.

Avaliar honestamente: dá-se importância à leitura prognóstica dos problemas da pessoa.

Ajudar a natureza: a função precípua do médico é auxiliar as forças naturais do corpo para conseguir a harmonia, isto é, a saúde.

Com base nesses preceitos, Hahnemann elaborou um sistema de reestabelecimento da saúde com base na própria natureza. Chamou de homeopatia, devido ao seu principio de similitude. O método homeopático consiste em fornecer a um paciente sintomático, doses extremamente diluídas de compostos que são tidos como causas em pessoas saudáveis dos sintomas que pretendem contrariar, mas supostamente potencializados através de técnicas de diluição, dinamização e sucção que liberariam energia. Desse modo, o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora. Este tratamento seria para a pessoa como um todo e não somente para a doença. Hahnemann estudou durante o resto de sua vida e a doutrina homeopática se espalhou por todo o mundo.

No Brasil a homeopatia chegou por volta de 1840 com o médico francês Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido como Bento Mure. Ele instalou o Instituto Homeopático do Sahy, em 1842, e uma Escola Suplementar de Medicina, com o objetivo de preparar médicos já diplomados na arte homeopática. Em 1845 funda a Escola Homeopática do Brasil, primeira escola de formação homeopática com a autorização do Governo Imperial. Mure defendia a maior liberdade possível no exercício da homeopatia; em seu pensamento ela deveria ser adotada por toda a população.

 

*Terapeuta especialista em homeopatia, Reiki e filosofia clínica.

Alterações na qualidade das águas do rio Santo Antônio

15 de Janeiro de 2014, por Instituto Rio Santo Antônio 0

Você, prezado leitor, deve se lembrar de que em edição anterior falamos que as águas da bacia do rio Santo Antônio, que banha grande parte do município de Resende Costa, estavam com qualidade inferior à estabelecida pela legislação, conforme verificado na maioria das análises realizadas entre 2012 e 2013. Ou, em outras palavras, foram identificadas alterações na qualidade das águas do rio Santo Antônio e do ribeirão do Mosquito ao longo de seus percursos. Agora, vamos falar sobre as três causas principais de tais alterações.

Primeiro, o lançamento de esgotos pelas sedes urbanas que estão localizadas dentro da bacia, uma vez que as mesmas ainda não possuem sistema de tratamento (ETE – Estação de Tratamento de Esgoto) para os efluentes sanitários gerados pela população. Falando de cada cidade em particular, temos situações diferentes. Coronel Xavier Chaves, apesar de possuir rede coletora de esgoto já implantada em toda a cidade, lança o esgoto sem tratamento diretamente no leito do ribeirão do Mosquito. Em Ritápolis, os bairros Carioca e Dutra lançam esgoto não tratado em afluente da margem direita do córrego da Carioca, afluente do rio Santo Antônio.

Em nossa Resende Costa a situação não é diferente, apesar de grande parte dos esgotos de banheiro ser jogada em fossas negras (o que também não é ambientalmente recomendado), os efluentes de cozinhas, de banhos e de lavagem de roupas são direcionados para os cursos d’água. Dessa forma, os esgotos são lançados sem tratamento no córrego do Tijuco (após a captação da COPASA), nas cabeceiras do córrego do Mosquito (que nasce a leste do bairro Varginha), ambos afluentes do ribeirão do Mosquito, nas cabeceiras do ribeirão do Pinhão (que recebe águas do córrego da Cruz – que drena a parte oeste do bairro Várzea, do Horto Florestal e do córrego Tabatinga – saída para São Tiago) e do riacho dos Pinheiros (que recebe águas do córrego Picada – situado entre os bairros do Canela e Pôr do Sol – e do córrego da Aguada – entre os bairros do Canela e Santo Antônio),  esses localizados na sub-bacia do rio Santo Antônio. Destaca-se que a ETE de Resende Costa está sendo construída após a captação da COPASA, nas extremidades do Bairro Bela Vista, e futuramente receberá todo o efluente (esgoto) a ser tratado.

Segundo, as águas da bacia do rio Santo Antônio possuem regular capacidade de autodepuração da carga orgânica proveniente dos esgotos sanitários. Autodepuração é a capacidade dos cursos d’água se autolimparem, ou seja, estabilizarem naturalmente a carga orgânica (poluição) neles lançada. Isso depende da quantidade e qualidade das águas e da distância entre os lançamentos das cargas orgânicas. Assim, o rio Santo Antônio e o ribeirão do Mosquito conseguem limpar parte do esgoto sem tratamento que é lançado em seus leitos. Cabe aqui um destaque: se existem indústrias na bacia do rio Santo Antônio, o lançamento de efluentes não tratados poderia agravar a qualidade das águas.

Terceiro, as cargas difusas (chamadas assim por não terem um ponto exato de geração e lançamento no curso d’água) provenientes de erosão hídrica, mineração e atividade agropecuária são significativas na bacia do rio Santo Antônio. Ao longo das margens dos cursos d’água, especialmente do leito principal do rio Santo Antônio e do ribeirão do Mosquito, é visível pontos onde os barrancos das margens estão sem cobertura vegetal e, consequentemente, erodidos. Destaca-se que esse tipo de erosão se agrava no período chuvoso, devido ao aumento da vazão do rio. Ressalta-se ainda que, os diversos processos erosivos existentes ao longo da bacia, especialmente as voçorocas, são os mais importantes contribuintes para o aumento do aporte de sedimentos para a calha dos cursos d’água, especialmente na estação chuvosa.

 

As atividades minerárias mais significativas estão próximas ao Povoado do Penedo, na divisa entre os municípios de Resende Costa e Ritápolis, com extração de manganês. Merecem destaque ainda as extrações de areia no leito e margem de vários cursos d’água e as extrações de pedra para construção (ganisses). As áreas abandonadas pela mineração, os chamados passivos ambientais, também devem ser mencionadas entre as causas das cargas difusas, a exemplo de antigas áreas de extração de cassiterita, no Barro Vermelho, localizado entre as cabeceiras dos córregos do Retiro e Barro Vermelho, esse afluente do córrego Rochedo. Com relação às atividades agropecuárias, as práticas extensivas e não preservacionistas contribuem para aumentar o carreamento de sedimentos para os leitos dos corpos d’água, principalmente com a formação de extensas áreas de pastagens degradadas.

 

 Adriano Valério Resende

Quatro anos de IRIS

11 de Dezembro de 2013, por Instituto Rio Santo Antônio 0

Fernando Chaves

Ao longo de 2009, um grupo de jovens empreendia uma pesquisa de campo (bastante intuitiva, é verdade) ao longo do rio Santo Antônio, na zona rural resende-costense. Com a ajuda dos professores de geografia Kesller Sullivan e Hugo Nobrega (na época recém- formados) o grupo mapeou os principais afluentes do Santo Antônio e registrou, por meio de fotografias, a grande ocorrência de erosão na calha do rio.  Nessas andanças pelo curso do Santo Antônio, não raramente, ouvia-se (e ouve-se) dos moradores mais antigos relatos sobre a diminuição do nível da água ou sobre o afundamento do leito do rio. Essas expedições culminariam na fundação do IRIS (Associação Instituto Rio Santo Antônio) no dia 27 de dezembro de 2009, quando foi aprovado o estatuto da entidade e eleita a primeira diretoria.

Nesses primeiros anos de existência, o IRIS procuroupromover ações em diversas áreas.  Com um estatuto bastante amplo, prevendo atuação nos campos ambiental e cultural, o IRIS refletia uma visão ao mesmo tempo holística e idealista dos seus jovens fundadores. Apesar de seu caráter generalista, o estatuto aprovado garantiu a existência jurídica da entidade, permitindo a celebração de convênios entre o IRIS e o poder público municipal.

Mesmo que esparsas e esporádicas, o IRIS pôde realizar atividades diversas, tais como: produções cinematográficas voltadas para o registro da cultura local; edição de revista ambiental; mapeamento da bacia do rio Santo Antônio com seus principais afluentes; documentação fotográfica de áreas erosivas críticas do rio Santo Antônio; participação no comitê de bacia hidrográfica Vertentes do Rio Grande há 2 anos; manutenção de coluna ambiental no Jornal das Lajes há 18 meses; execução de ações simbólicas em defesa da revitalização das lajes; realização de oficinas infantis de percussão e blocos carnavalescos de cunho cultural; promoção de palestras sobre meio ambiente e de caminhadas ecológicas junto às escolas; manutenção (ainda que incipiente) de um site local de conteúdo ambientalista; dentre outras.

Em quatro anos, a ONG precisou se reinventar e se redescobrir. Desenvolver potencialidades e lidar com limitações. Por um lado, o grupo mostrou algum potencial no que se refere à atuação cultural, à educação ambiental e à construção de conhecimento sobre os ecossistemas locais. Por outro, precisou conviver com os limites, desafios e frustrações, trazidos, por exemplo, pelo baixo envolvimento da população ou pela difícil viabilização técnica, econômica e jurídica de projetos e intervenções ambientais, como recuperação de voçorocas, cercamento de nascentes, recuperação de mata ciliar etc.     

O IRIS sempre contou com o apoio do poder público local (Câmara e Prefeitura) e também com a parceria de empresas locais. A entidade ainda encontrou aliados fortes, como o MAC, que em vários momentos somou forças junto ao IRIS para levar a cabo projetos como o Luau nas Lajes ou o mutirão simbólico de limpeza das lajes. Nessa linha, uma função importante desempenhada pelo IRIS nos últimos anos foi oferecer amparo jurídico a alguns projetos do MAC, que ainda não se constituiu legalmente como associação. Há 2 anos, o IRIS celebra convênios com o município e capta recursos para serem investidos em projetos do MAC.

Não pode ser esquecida nesse breve panorama da existência do IRIS a iniciativa do professor e membro do IRIS, Adriano Valério Resende, que veio ao encontro das propostas da entidade na construção de conhecimento acadêmico sobre o meio ambiente resende-costense. A dissertação de mestrado do professor soma muito aos trabalhos do IRIS e confirma, lamentavelmente, a degradação do Santo Antônio, como pôde ser visto em matéria da edição de novembro do Jornal das Lajes. 

Na segunda-feira (23), o IRIS se reúne na Biblioteca Municipal, a partir das 19h, para eleger nova diretoria e novo conselho fiscal. Os membros eleitos irão conduzir a entidade pelos próximos 2 anos. Além da eleição, haverá apresentação da dissertação de mestrado do Prof. Adriano Valério e palestra sobre as relações entre homeopatia e meio ambiente com o terapeuta homeopata Rafael Costa, de São João del-Rei. Venha você também participar!

 

 

* Fernando Chaves é o atual presidente do IRIS, com mandato até o final de 2013 

Qualidade das águas do rio Santo Antônio

13 de Novembro de 2013, por Instituto Rio Santo Antônio 0

O nosso conhecido rio Santo Antônio é o principal curso d’água que corta o município de Resende Costa. Ele tem sua formação no encontro das águas do ribeirão de Cima e com as do ribeirão de Baixo, no povoado do Ribeirão de Santo Antônio, no sopé da Serra das Vertentes. Suas nascentes mais altas estão acima dos 1.100 m e sua bacia de drenagem possui uma área de aproximadamente 513 km². Ele deságua no rio das Mortes, na divisa entre os municípios de Ritápolis e Coronel Xavier Chaves, no entorno das ruínas da Fazenda do Pombal, a uma altitude de 892 m, após percorrer cerca de 35 km. O ribeirão do Mosquito ou das Coroas, pela margem esquerda, é o mais importante dentre os afluentes.

Entre 2012 e 2013 foram feitas coletas de água na bacia do rio Santo Antônio para avaliação de sua qualidade, sendo as análises realizadas pelo laboratório Hidrocepe Serviços de Qualidade Ltda, localizado em Belo Horizonte. Destaca-se que os parâmetros físicos, químicos e biológicos obtidos em uma análise, na medida em que são comparados aos padrões estabelecidos pela legislação, permitem avaliar a qualidade da água da área monitorada.

Assim, para o rio Santo Antônio, foram utilizados as nove variáveis que fazem parte do chamado Índice de Qualidade das Águas – IQA: oxigênio dissolvido, coliformes fecais (Escherichia coli), pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrato, fosfato total, temperatura, turbidez e resíduo total (sólidos totais). As coletas representaram um ano hidrológico, realizadas em abril/2012 (transição chuva/seca), agosto/2012 (estiagem), novembro/2012 (transição seca/chuva) e fevereiro/2013 (chuva).

Foram estabelecidos cinco pontos de amostragem na bacia do rio Santo Antônio: ponto 1, nas cabeceiras do córrego Bertânia, afluente ribeirão de Baixo; ponto 2, no rio Santo Antônio, à jusante do deságue do ribeirão dos Pintos; ponto 3, no ribeirão do Mosquito, à jusante do deságue do córrego Barracão; ponto 4, no ribeirão do Mosquito, à jusante da cidade de Coronel Xavier Chaves; e ponto 5, no rio Santo Antônio, próximo à foz no rio das Mortes. Foi estabelecido ainda um sexto ponto, no rio das Mortes, à montante da foz do rio Santo Antônio.

Os resultados das análises foram comparados com os parâmetros da Resolução CONAMA nº 357 de 2005 e da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01 de 2008, que classificam os corpos d’água.  Segundo essa última, as águas doces estaduais são classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes e as condições ambientais dos corpos d’água, em cinco classes de qualidade, da melhor para a pior: especial, 1, 2, 3 e 4. Pode-se dizer que o padrão médio de qualidade é a classe 2, até que seja feita a aprovação oficial dos enquadramentos (classes) dos rios e análises das variáveis de qualidade. Dessa forma, realizou-se a classificação dos resultados dos seis pontos de coleta.

De maneira geral, a maioria dos resultados dos pontos localizados na bacia do rio Santo Antônio não atendeu aos padrões de qualidade da classe 2, uma vez que vários parâmetros estavam como classes 3 ou 4. A exceção foi o primeiro ponto de coleta, em uma nascente, onde apenas um parâmetro ficou como classe 3. Um fato deve ser aqui destacado: para o mês de novembro foi realizada uma análise no rio das Mortes, imediatamente à montante do encontro com as águas do rio Santo Antônio. Na comparação das análises dos pontos 5 e 6,  verificou-se que as águas do rio Santo Antônio estavam com qualidade inferior à do rio das Mortes para a maioria dos parâmetros analisados.

 

Assim, podemos afirmar que as águas da bacia do rio Santo Antônio, que banha grande parte do município de Resende Costa, estavam, na maioria das análises realizadas, com qualidade inferior à estabelecida pela legislação (classe 2), ou seja, foram identificadas significativas alterações na qualidade das águas do rio Santo Antônio e do ribeirão do Mosquito ao longo de seus percursos. Você deve ter se perguntado: quais as causas dessas alterações na qualidade das águas da nossa Resende Costa? Essa é uma outra história...

 

Adriano Valério Resende