Papo de Esportes

E ao final só um é campeão...

23 de Novembro de 2022, por Vanuza Resende 0

Já começo afirmando, dessas afirmações sem nenhum pingo de dúvidas: se tivesse mais de um campeão para o mesmo título, não teria metade da emoção em acompanhar toda uma temporada. É óbvio, né? Mas eu acho que a gente, como torcedor, se esquece disso em alguns momentos. Afinal, conseguiram tecer críticas ao Palmeiras – ao Campeão do Brasileirão Série A: “Mas, poxa, só o Brasileiro?”. E aí, eu pensei: “Mas não é só o Brasileiro – é O Brasileirão”.

E as críticas chegaram até o Flamengo – Campeão da Libertadores e da Copa do Brasil em 2022. “Mas não jogaram como tinham que jogar, jogaram mal, poderiam ter goleado”. Se as críticas não foram poupadas nem mesmo ao Flamengo, imagina só ao Atlético...

E, sem sombra de dúvidas, o ano de 2022 não foi do Galo. Eu me atrevo a dizer que algo influenciou fora das quatros linhas para fazer com que o time campeão de 2021 chegasse ao último jogo dependendo da vitória para classificação direta à Libertadores. Num ano em que se esperava disputa de várias finais e conquistas nacionais, apenas a conquista do Estadual custou muito caro. E aí a torcida tem todo o direito de cobrar. Mas cobrar sabendo que chegar à final é duro, é penoso... e o mais importante: que só um ganha!

O Cruzeiro, Campeão da Série B, parece ter demorado para entender isso. A ficha caiu com a ajuda do Ronaldo, que chegou e mudou o rumo da história. A Raposa volta a disputar a Série A, a tão cobiçada elite do futebol nacional. Com a sombra de quem viveu pesadelos na B e sabe da importância de, ao menos, permanecer, e quem sabe, conquistar uma vaga em campeonato internacional: se Libertadores é muito, a Sul-americana está sempre por lá. E muitas vezes só é lembrada quando a conquista não vem... O São Paulo que o diga!

Ao que tudo indica, a Série A de 2023 promete ser ainda mais competitiva do que foi neste ano. Dos 20 times confirmados, 15 já levantaram a taça. Em seus dados oficiais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contabiliza 17 campeões da Primeira Divisão, levando em consideração os campeonatos disputados desde 1959 – que teve o Bahia como primeiro campeão. Na edição de 2023, 15 desses clubes vitoriosos disputarão juntos o Brasileirão, fato que não ocorre desde 2020. Os únicos times campeões nacionais que não estarão no torneio são Sport e Guarani, ambos na Série B. 

E entre planos, estratégias, danças das cadeiras dos técnicos, artilheiros e defesas menos vazadas, uma única certeza: a taça vai pertencer a apenas um. E é por isso que quem vence é o melhor! E ser o melhor é difícil pra caramba. Parabéns aos melhores da temporada, e que o cotovelo doa menos ano que vem na hora de parabenizar os grandes campeões!

Ôôôôô o Cruzeiro Voltou!

22 de Setembro de 2022, por Vanuza Resende 0

Como começar o texto que deveria ter sido escrito há 2 anos? Ou melhor, que nunca deveria ter sido escrito. Afinal, era jura da torcida que time grande não cai.

Foi a duras penas que aprenderam que as juras eram falsas. A grandeza de um time é medida, sem dúvida nenhuma, pelos títulos. E isso o Cruzeiro não precisa provar, a história conta. Mas hoje, mais do que ninguém, o cruzeirense sabe que a grandeza vem também da superação!

E, por isso, a história vai contar que o time caiu e não se levantou. Não foram nos primeiros 365 dias, não foi no segundo ano: poxa, mas agora vai. Não, não foi. Enquanto parte de Minas Gerais celebrava as conquistas do futebol, a outra parte se perguntava o que estava acontecendo com o time que escolheu para chamar de seu.

Por isso, muitos diziam que a torcida iria abandonar, que ninguém mais ouviria dizer sobre o Campeão de 66 e se esqueceriam do título de 97. Ainda mais: que 2003 (ano épico da Tríplice Coroa - Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro) seria lembrança, e que os títulos de 2013 a 2018 estavam muito perto do trágico ano do rebaixamento de 2019.

Mas por todas as glórias já conquistadas, quem conhece o sentimento não desiste. E foi por conhecer esse amor, que finalmente o texto está sendo escrito. Quem começou por aqui, voltou. E voltou com os pés no chão, para que eles voltassem para aos gramados da Série A, de onde nunca deveriam ter saído.

Cada vitória em 2022 significou muito. Até quem odiava fazer as contas adorava somar os pontos, a fim de que a matemática soubesse que o sofrimento acabou.

Esse dia chegou. E quando chegou, teve choro, alívio e alegria. Com um clima de final. E não, não era final de Libertadores, até parecia, mas era final de um sofrimento de anos. 

Agora chegou a hora de pagar promessas: barbas estão sendo cortadas, trajetos vão ser percorridos, tatuagens serão feitas... Mas a maior de todas ainda vai se cumprir: o Cruzeiro tá de voltA.

Mais uma final de Libertadores entre brasileiros. Como fica a América?

21 de Setembro de 2022, por Vanuza Resende 0

Depois dos sonoros 4x0 do Flamengo em cima do Vélez, fora de casa, eu já sabia que a final da Libertadores seria mais uma vez entre dois brasileiros, apesar de ter errado ao acreditar que o Palmeiras chegaria em mais uma final. Eu, que acreditei na vitória do Athletico Paranaense em casa, não apostava que o Furacão passaria pelo Porco e voltaria a uma final de Libertadores após 17 anos.

Essa é a sexta vez na história que dois clubes do mesmo país vão decidir o título do torneio – a quinta com equipes brasileiras que venceram as últimas três edições. Apesar de ter comemorado a certeza de pelo menos um brasileiro na final, com o chaveamento entre Palmeiras e Athletico Paranaense, estive me questionando sobre a magia da Libertadores, que é tão mágica assim, justamente por ser da América.  

A América vai marcar presença somente sendo palco da final, que neste ano será disputada em Guayaquil. Mas e o futebol do continente, como anda? Cadê as clássicas finais de Libertadores entre Argentina e Brasil? Sinceramente, os times argentinos que disputaram essa edição do principal torneio do continente, se disputassem o Brasileirão dificilmente se classificariam para o G-6.

Isso falando do potencial do futebol Argentino. E como ficam Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, que tradicionalmente já têm muito menos apoio financeiro no futebol? E o que já era nítido fica comprovado com as quartas de final formadas apenas por brasileiros e argentinos – com o Vélez sendo o único sobrevivente. Curiosamente, sobreviveu até a semi porque não encontrou nenhum brasileiro antes. Aliás, tivemos um único brasileiro eliminado por estrangeiro, o Fortaleza, que caiu para o Estudiantes.

Todo esse retrospecto teria que terminar com a final sendo mesmo brasileira. Mas quem é amante de um bom jogo, de um bom futebol e da magia da Libertadores, sentiu a diferença e a queda do rendimento do torneio.

De qualquer forma, que bom que o rendimento caiu depois das nossas fronteiras! Talvez você, leitor, acredite que mais uma final brasileira seja algo bom. E, lá fora, ganhamos o título do “terror da América”, os “carrascos do continente”. Que sejamos, então! Mas, cá entre nós, uma semifinal com a presença de representantes do Paraguai, Colômbia, Chile e uma final colocando toda a rivalidade de Brasil e Argentina são coisas de deixar saudades. Para 2022, resta acabar com a saudade do Furacão em uma final de Libertadores e torcer por um jogão de bola, desses que o Flamengo vem sempre fazendo!

Tá cedo ou já podemos começar a pensar nele? O Hexa! Ele vem?

21 de Julho de 2022, por Vanuza Resende 0

Bem, amigos leitores do Jornal das Lajes, o tempo tá passando depressa! Por mais que ele pareça congelar entre as oitavas e quartas de final das competições como Copa do Brasil e Libertadores da América, ele está voando. E falta pouco mais de 100 dias para ela começar: a Copa do Mundo de 2022.

O torneio será realizado no final do segundo semestre de um ano que teremos eleições presidenciais. Em um momento de divisões, opiniões contrárias e discussões calorosas, a Copa do Mundo chega com todo o sentimento de patriotismo. Eu sei que não são todos, mas são quase todos os brasileiros unidos e mobilizados na torcida para a seleção.

Nós, brasileiros, torcemos para o país com mais participações na Copa do Mundo e mais títulos. Mas não é porque temos cinco que não queremos o sexto. Pelo contrário... E se não temos uma verdadeira seleção como em 2002, nos agarramos em números. Bons números: melhor campanha da história das eliminatórias, fizemos 45 pontos e superamos os 43 pontos da Argentina em 2002. E estamos na ponta do ranking mundial das seleções da Fifa.

Mas temos também possíveis bons adversários: França, Alemanha, Espanha, Bélgica, Portugal, Inglaterra e Argentina – na provável última copa de Lionel Messi. Leio e ouço muito que o favoritismo esse ano está com a França. E isso, sinceramente, é um alívio. Ser favorito em Copa do Mundo nunca dá certo. E a Itália sabe muito bem disso. A atual campeã europeia foi saco de pancadas nas eliminatórias da Copa e não viaja para o Catar.

Pelas eliminatórias, acompanhamos o que a seleção atual pode nos oferecer. Apesar de não estarmos recheados de craques, avalio que temos bons nomes. Um setor defensivo bom, com Alisson, Marquinhos e Éder Militão. Richarlison, Fabinho, Casemiro e Paquetá ocupando as laterais e chegando ao meio de campo. Raphinha, Gabriel Jesus, Neymar e Vinicius Júnior lá na frente. Sem falar em Alex Sandro, Arana, Fred, Gabigol, Thiago Silva, e quem sabe, a última copa de Daniel Alves. Isso dos possíveis convocados, né? Aqui em Minas, um jogador esmaga tudo e julgo que está até em melhor fase hoje do que quando foi convocado lá atrás. Quem sabe não veremos ainda Huck, do Galo, com a camisa verde e amarela?! Talvez o que mais pese para a negativa é justamente o fato de jogar aqui em Minas... Papo para outra hora.

O Brasil enfrenta pelo grupo G Sérvia, Suíça e Camarões. Em 2018, jogamos justamente na primeira fase contra Sérvia e Suíça. A estreia do pentacampeão será no dia 24 de novembro, uma quinta-feira, contra a seleção da Sérvia, às 16 horas, no estádio que receberá a final do torneio, Lusail Stadium. Os outros dois jogos serão no dia 28 de novembro, contra a Suíça e 02 de dezembro, encerrando a participação na fase de grupos contra Camarões. No dia 18 de dezembro, o último apito na Copa do Catar, e que seja o apito coroando o Hexa Campeonato, após 20 anos do saudoso time do Penta.

Já que o assunto é Copa, antes de ir embora deixo o convite e a torcida pela Seleção Feminina na Copa América. A grande final está marcada já para o dia 30 de julho. O Brasil estreou no dia 09 e, nesse caso, o octacampeonato é que está em jogo. Que ele venha, assim como o Hexa!

O Brasil na Champions League

22 de Junho de 2022, por Vanuza Resende 0

Confesso que em minhas abas favoritas de acesso à internet estão as tabelas do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Não acompanho, como gostaria, o futebol internacional. Entretanto, assim como a maioria dos fãs do futebol, assisti à final da Champions League, vitória de 1 a 0 do Real Madrid sobre o Liverpool, no Stade de France, em Paris. A primeira sensação foi a de que “não é só aqui”, quando vi a desorganização na entrada do torcedores no estádio. Na verdade, por aqui é bem mais organizado.

Com a bola rolando, surgiu a discussão entre aqueles que assistiam à final comigo. Quantos jogadores brasileiros estavam ali? E a resposta foi a conclusão para a minha segunda sensação: apesar de a competição ser disputada no velho continente, ela é bem brasileira.

Os jogadores que nos representam em um gramado impecável vão além. O Brasil é o país com mais gols desde a criação do campeonato, em 1955, à frente de qualquer nação europeia. E o craque Vinicius Junior, do Real Madrid, fez questão de acrescentar mais um para a conta. 

Os grandes finalistas da final 2021/2022 contavam com oito jogadores que jogaram o seu primeiro futebol aqui: Éder Militão, Marcelo, Casemiro, Vinicius Junior e Rodrygo, do lado espanhol, contra Alisson, Fabinho e Roberto Firmino, entre os ingleses. Dos oito, apenas Marcelo não entrou em campo. Antes, o número máximo de brasileiros numa decisão era quatro. 

A presença brasileira tem acontecido desde 2000. 1999 foi o último ano sem nenhum brasileiro envolvido, quando o Manchester United derrotou o Bayern de Munique. Depois disso, pelo menos um jogador brasileiro esteve presente na final do campeonato.

E acredito que agora não falta mais nada para nós: Marcelo, que anunciou sua saída do Real, foi o primeiro brasileiro a erguer a taça. O lateral esquerdo participou da conquista de cinco orelhudas, nas edições de 2013/14, 2015/16, 2016/17, 2017/18 e 2021/22, e esteve acompanhado do volante Casemiro em todas as oportunidades. Daniel Alves tem três participações, todas pelo Barcelona. Ao todo, são 58 jogadores brasileiros que participaram da foto do time campeão da Champions.

E aí, meus amigos, eu só digo uma coisa: contra fatos não há argumentos. Portanto, o ilustre torneio pertence tanto aos brasileiros quanto a qualquer um dos países europeus.